A lenta recuperação do lago Victoria
Cerca de 20 membros da família dos ciclídeos — supostamente extintos — adaptaram-se de forma notável à alteração ambiental do Lago Vitória e encontram-se de novo em cena. Os cientistas ficaram surpreendidos ao constatar que em 1997, os pescadores locais estavam a apanhar novamente ciclídeos, e procuraram compreender porquê.Nos anos 50 foram introduzidos alevinos de Perca do Nilo no lago. Acreditava-se que este peixe predador, grande e rico em proteínas, seria mais útil e nutritivo para as comunidades costeiras do lago, do que a coleção de cerca de 500 espécies de peixes pequenos e magros, aparentados com os ciclídeos, que aí se encontravam na altura.Nos anos 80 era claro que tinha sido despoletado um desastre ecológico. As Percas do Nilo alimentaram-se de peixes locais, reduzindo o seu número. O volume de algas, o alimento dos ciclídeos, aumentou em flecha. Conseqüentemente reduziu-se a luz e o oxigênio, ameaçando a sobrevivência de alguns peixes, que assim não tinham pequenas algas para se alimentar, nem potenciais parceiros para procriar. Ao todo, desapareceram duzentas espécies de peixes locais.As 20 espécies que conseguiram recuperar, foi devido em grande parte aos seus olhos e à seleção e adaptação natural. Investigação realizada pelo Instituto para Ciências Ecológicas e Evolução, da Universidade holandesa de Leiden e por instituições parceiras locais, revelou em Fevereiro de 2002 que as espécies menos sensíveis à luz, como o Haplochromis pyrrhocephalus, foram as menos perturbadas pela alteração do meio ambiente. Adaptaram os olhos a uma água menos límpida e com menos luz e começaram a alimentar-se de organismos maiores, que se vêm mais facilmente. Também adaptaram as guelras. Comparativamente aos seus ancestrais dos anos 60, conseguem uma maior captação do oxigênio da água pouco oxigenada. O filtro/peneira das guelras tornou-se mais grosseiro, permitindo-lhes captar presas maiores.As vinte espécies sobreviventes oferecem pelo menos um vislumbre de esperança sobre a capacidade de adaptação da natureza a fenômenos como o desastre ecológico do Lago Vitória.
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Ezstyle -Bruno Galhardi -2003- 2007
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Cerca de 20 membros da família dos ciclídeos — supostamente extintos — adaptaram-se de forma notável à alteração ambiental do Lago Vitória e encontram-se de novo em cena. Os cientistas ficaram surpreendidos ao constatar que em 1997, os pescadores locais estavam a apanhar novamente ciclídeos, e procuraram compreender porquê.Nos anos 50 foram introduzidos alevinos de Perca do Nilo no lago. Acreditava-se que este peixe predador, grande e rico em proteínas, seria mais útil e nutritivo para as comunidades costeiras do lago, do que a coleção de cerca de 500 espécies de peixes pequenos e magros, aparentados com os ciclídeos, que aí se encontravam na altura.Nos anos 80 era claro que tinha sido despoletado um desastre ecológico. As Percas do Nilo alimentaram-se de peixes locais, reduzindo o seu número. O volume de algas, o alimento dos ciclídeos, aumentou em flecha. Conseqüentemente reduziu-se a luz e o oxigênio, ameaçando a sobrevivência de alguns peixes, que assim não tinham pequenas algas para se alimentar, nem potenciais parceiros para procriar. Ao todo, desapareceram duzentas espécies de peixes locais.As 20 espécies que conseguiram recuperar, foi devido em grande parte aos seus olhos e à seleção e adaptação natural. Investigação realizada pelo Instituto para Ciências Ecológicas e Evolução, da Universidade holandesa de Leiden e por instituições parceiras locais, revelou em Fevereiro de 2002 que as espécies menos sensíveis à luz, como o Haplochromis pyrrhocephalus, foram as menos perturbadas pela alteração do meio ambiente. Adaptaram os olhos a uma água menos límpida e com menos luz e começaram a alimentar-se de organismos maiores, que se vêm mais facilmente. Também adaptaram as guelras. Comparativamente aos seus ancestrais dos anos 60, conseguem uma maior captação do oxigênio da água pouco oxigenada. O filtro/peneira das guelras tornou-se mais grosseiro, permitindo-lhes captar presas maiores.As vinte espécies sobreviventes oferecem pelo menos um vislumbre de esperança sobre a capacidade de adaptação da natureza a fenômenos como o desastre ecológico do Lago Vitória.
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