Frank 2


Parte 2Novo dia. Renovado e cheio de energia para perguntar e enfrentar as respostas, Frank, saiu da toca e foi morder a nadadeira de sua mãe. Ela se voltou com um enorme sorriso “amarelo” de Citrinellum (Frank até se assustou). “- Mãe, como conheceste o papai?” “- Não me lembro de muitos detalhes, era uma época turva, tudo era muito azulado e não haviam muitas cores e maneiras de diferenciar. Era tão engraçado meu filho, ninguém se enxergava direito e vivia se esbarrando...blu, blu, blu (tradução: hahaha)...não sei como o socolofi e o elongatus, estressados como estavam, conseguiam se diferenciar...e a pobre da saulosi, vivia dando beijos no pombo por engano, pensando que era seu namorado, o Saulo.” “- Mãe...!” “- Ah tá, seu pai né? Bem, lembro apenas que um dia ele apareceu. Lembro tê-lo visto preso numa daquelas bolhas de ar duras, na superfície. Era o maior de todos e pouco tempo depois de solto da bolha já era dono do aquário. Qual peixa não se apeixonaria por um peixe “azul” grandão – já que todos eram azuis, alguém que tinha que ter algo de diferente para se destacar...e ele tinha. Estranho era que naquela época eu vivia me sentindo esquisita, sempre depois da neve vinha uma sensação de mal-estar...os cascudos é que não aguentaram a neve, morreram todos. Ainda bem que somos resistentes meu filho! “- Mãããe...!” - disse o indócil Frank. “- Perdão Frank, é que as lembranças começaram a voltar. Onde estava, ah tá...o começo foi difícil, pois ele batia em todos, até em mim; como não tinha muito lugar pra fugir, apanhei muito. Mas hoje entendo seu pai, com tantas caras diferentes, todo mundo azul, com a sensação de perder água do corpo, só peixe estranho e bravo...ele ficou estressado...mas acho que ele fez o certo. Vi ele descamar muitos “CAs” deste aquário. Com o tempo fui me acostumando, lembro que eu era uma das únicas peixas que ele permitia nadar no território dele. Até que num desses dias esquisitos, depois de uma nevasca daquelas, veio uma luz branca lá de cima, mágica sabe, que nos deixou todos com cores...eu já tinha até esquecido que era laranja...Aí pronto, apeixonei-me por teu pai de vez...algum tempo depois tu vieste, tu e teus 30 irmãozinhos...” “- Mãe e como é que eu vou ficar? Vou ficar grandão igual ao meu pai?” “- Esse é o mistério meu filho. Difícil dizer. Podes puxar o lado do meu pai ou da minha mãe, podes ter uma característica intermediária deles, podes puxar a mim ou ao teu pai...e algumas outras misturas possíveis. Mas, veja o tio papagaio, por exemplo, ele também é diferente como tu és. Dizem por aí que ele descende de um parente meu, um Citrinellum também, que “peixou” com um Synspilum.” “- Por que que ele é torto daquele jeito, mãe?” “- Não sei meu filho. Acho que ele não nadava com a postura correta – que tanto eu te falo! – e isso afetou sua coluna.” “- Esse não era o melhor exemplo mesmo, mas olha a flor* ali, ela também é diferente, dizem que ela provém da “peixação” entre Cichlasoma Trimaculatus, Cichlasoma Festae, Jingang Blood Parrot, e outros...e é tida como rara...é o xodó do “Senhor dos Alimentos, da Neve e da Água Fria**” “- Mas mãe...as nadadeiras dorsal e anal dela são juntas com a cauda...ela parece que tem só uma nadadeira...eu não quero ficar assim...” “- Podes ficar tranqüilo filhinho, só os Flower Horn Fishes ficam assim, nunca um filho de Citrinellum com Green Terror ficaria assim...” “- E como vou ficar mamãe?” “- Hum...deixa-me pensar um pouco Frank, enquanto isso vamos caçar briga pelo aquário e fazer nosso papel de ciclídeos, pois isso eu garanto a ti que somos...” O pequeno Frank preferiu voltar a toca, pois do jeito que andavam as coisas, quanto menos novidades e descobertas, melhor...
*Flower Horn Fish ** Dono do Aquário
Fonte: texto adaptado do “Livro do Hibridismo e Respeito em Aquário de CAs: histórias diversas para peixinhos questionadores”
Comentário da revista “Look Like Fish”: “este livro tem sido a solução psicológica para as mães de alevinos híbridos em todos os aquários do mundo” - by Robert Baiacú
Título original do Capítulo: “Relatos verídicos de casos fictícios”
Lingua original: borbulhês
Tradução: Johnny Bravo's Translations Company

Jonnhy Bravo - 2005

Melhor se visto em 1024x768

Ezstyle -Bruno Galhardi -2003- 2007

Copyright © 2003-2007 C.M.C.A

Todos os direitos reservados.
Todas as ilustrações e textos desta página são propriedade de seus respectivos autores

Comentários